Terapia Cognitivo Comportamental e Terapia do Esquema – Semelhanças!

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia do Esquema (TE) são abordagens terapêuticas populares na prática clínica, e entender suas semelhanças pode ser muito útil, especialmente para psicólogos que estão começando a conhecer essas técnicas. Embora a TE tenha sido desenvolvida para lidar com questões mais profundas e de longa data, ambas as terapias compartilham diversos pontos em comum que vale a pena explorar.

1. Foco na Mudança de Pensamentos e Comportamentos

  • Ambas as abordagens reconhecem a importância de identificar e modificar pensamentos disfuncionais para promover o bem-estar emocional. A TCC se concentra em pensamentos automáticos e crenças centrais, enquanto a TE expande isso, incluindo os chamados esquemas desadaptativos.

2. Uso de Estrutura e Planejamento

  • TCC e TE seguem uma estrutura terapêutica bem definida, o que ajuda o paciente a compreender o processo e acompanhar seu progresso. Os terapeutas planejam cada sessão, com objetivos específicos, e avaliam constantemente os resultados para guiar as próximas etapas.

3. Psicoeducação

  • Ambas as terapias utilizam a psicoeducação para ajudar os pacientes a entenderem como seus pensamentos e comportamentos afetam suas vidas. Na TCC, os pacientes aprendem sobre distorções cognitivas, enquanto na TE eles entendem a origem dos esquemas e modos, ampliando o autoconhecimento.

4. Ativação Emocional e Trabalho com Emoções

  • Embora a TCC seja mais focada em pensamentos, ela reconhece a importância das emoções. A TE, por sua vez, traz um enfoque ainda maior nas emoções, especialmente ao acessar modos emocionais como a Criança Vulnerável. Em ambas, o objetivo é ajudar o paciente a reconhecer, regular e processar emoções de forma saudável.

5. Técnicas de Reestruturação Cognitiva

  • A reestruturação cognitiva é central na TCC e também é utilizada na TE. Ambas as terapias ensinam o paciente a identificar e questionar pensamentos disfuncionais, substituindo-os por crenças mais adaptativas. No caso da TE, esse processo ocorre de forma mais abrangente, pois envolve mudanças nos esquemas.

6. Integração de Técnicas Comportamentais

  • A TCC introduziu técnicas como a exposição e a prática comportamental, e a TE incorpora essas técnicas ao trabalhar os esquemas desadaptativos. Por exemplo, um paciente com o esquema de abandono pode ser incentivado a enfrentar medos relacionados à rejeição em interações sociais.

7. Enfoque na Relação Terapêutica

  • Em ambas as terapias, a relação entre terapeuta e paciente é fundamental. Na TCC, a aliança terapêutica é importante para a aderência ao tratamento. Na TE, a relação terapêutica é um dos componentes centrais, chamada de “reparentalização limitada”, onde o terapeuta oferece apoio, validação e orientação, recriando um vínculo seguro para o paciente.

8. Exercícios para Casa e Prática Externa

  • Tanto a TCC quanto a TE incluem tarefas para casa como parte essencial do tratamento, ajudando o paciente a aplicar o que aprendeu nas sessões à vida real. Essas tarefas incluem exercícios de registro de pensamentos na TCC e automonitoramento de modos na TE, incentivando a prática contínua fora da sessão.

9. Conceito de Crenças Centrais

  • As crenças centrais ou disfuncionais são um foco comum nas duas abordagens. Na TCC, os terapeutas identificam essas crenças para entender como influenciam o comportamento e as emoções. Na TE, essas crenças fazem parte dos esquemas desadaptativos, que representam padrões ainda mais profundos e amplos de pensamento.

10. Atenção ao Autocuidado e Desenvolvimento do Adulto Saudável

  • Ambas as abordagens incentivam o desenvolvimento de um senso de responsabilidade e autocuidado no paciente. A TCC foca em pensamentos e comportamentos que promovem o bem-estar, enquanto a TE trabalha para fortalecer o Adulto Saudável, uma parte do paciente capaz de agir de forma equilibrada e autocompassiva.

Conclusão

Para psicólogos iniciantes, perceber essas semelhanças é um passo valioso para entender como a TCC e a TE podem ser integradas na prática clínica. Ambas as abordagens oferecem ferramentas práticas para ajudar o paciente a identificar e mudar padrões emocionais e comportamentais. Ao conhecer essas similaridades, você pode escolher técnicas de ambas as terapias que sejam mais adequadas ao perfil e às necessidades do seu paciente, enriquecendo ainda mais sua prática profissional.

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